Os tratamentos não são eficazes; portanto, a recomendação é prevenir o aparecimento das estrias. Utilizar hidratantes, massagear a pele e cuidar do peso são atitudes fundamentais - Denise Steiner
As estrias são cicatrizes suaves que causam danos profundos nas mulheres por comprometer a estética e a autoestima.
Além da mudança de cor, são descritas como áreas atróficas com depressão ou elevação do tecido comprometido. No início são rosadas, depois purpúreas e, finalmente, após meses ou anos, tornam-se brancas e atróficas. Ocorrem em pessoas obesas, na gravidez, associadas ao rápido ganho ou perda de peso, síndrome de Cushing e em terapias prolongadas ou aplicação tópica de corticosteróides. Localizam-se preferencialmente nas coxas, nádegas, peito, ombro, região lombar e abdome e incidem de 5% a 35% da população, atingindo as mulheres aproximadamente 2,5 vezes mais que os homens.
As estrias seriam ocasionadas devido ao estiramento e à ruptura das rígidas ligações cruzadas das fibras de colágeno e elastina. Estas rupturas ocorreriam durante o crescimento fisiológico, resultando ocasionalmente em anormalidade clínica na forma de estria.
Na presença de estrógeno e corticosteróides, que induzem à formação de mucopolissacarídeos livres de sulfato, ocorreria o relaxamento da coesão das fibras. Sua afinidade pela água dissociaria as fibras favorecendo formação das estrias.
Tanto na puberdade quanto na gravidez, as estrias surgem nas áreas de maior modificação do corpo da mulher, como seios, nádegas e coxas.
É necessário que a gestante tenha cuidados apropriados neste período e também saiba que existem procedimentos específicos que podem atenuar a aparência das estrias.
O tratamento depende do tipo, da quantidade e da sua localização. Além disso, a cor e a espessura da pele, assim como o perfil psicológico da paciente devem ser analisados.
Quando a estria ainda é vermelha e inicial podem ser usados o laser ou a luz pulsada.
Os peelings químicos com ácido retinóico, ácido glicólico ou ácido tricloroacético atenuam as estrias brancas e superficiais.
O eletrolifting, técnica que usa correntes elétricas. A dermoabrasão, um peeling mecânico, usa uma lixa de diamante na região afetada.
Em geral, tanto os peelings químicos quanto o mecânico são indicados em associação com outro tipo de tratamento.
A microdermoabrasão é um procedimento onde partículas calcárias são arremessadas na superfície cutânea para estimular o tecido de forma mecânica e segura. Este procedimento é realizado uma vez por semana por cerca de 10 semanas.
Subcisão é uma técnica empregada para estimular o processo de produção de fibras da pele. O procedimento consiste em anestesiar o local e, em seguida, introduzir uma agulha especial na pele e na região derme/hipoderme, fazer movimentos de vai-e-vem que estimulem o local e acentuem o mecanismo de regeneração do tecido, havendo então maior produção de fibras. O resultado final será visto dois a três meses após quando a pele completou todo esse processo. A subcisão não deve ser repetida em períodos menores do que dois meses no mesmo local, pois ainda não seria possível avaliar os resultados.
Comparada a outras técnicas como microabrasão, peelings e eletroterapia, a subcisão tem mais condições de promover melhores resultados sem injeção de medicamentos e sem agressão à superfície da pele, evitando o aparecimento de manchas. A formação de hematoma é importante, pois tem relação com a agressão que a pele foi submetida. Devem ser tomados cuidados locais com roupas, traumas e falta de higiene para evitar infecção local.
Os tratamentos como subcisão, eletroterapia, microdermoabrasão e peelings não devem ser realizados no período de gestação.
Para terminar, cabe a recomendação de que o ideal é prevenir o aparecimento das estrias, pois os tratamentos deixam a desejar. Hidratar, massagear a pele e cuidar do peso são medidas fundamentais.
Dra Denise Steiner Médica formada pela USP Doutora em Dermatologia pela UNICAMP Especialista em Dermatologia pela SBD Membro do Departamento de Cosmiatria da SBD – Regional São Paulo Membro da Academia Americana de Dermatologia AAD Professora Titular Chefe do Serviço de Dermatologia da Universidade de Mogi das Cruzes Delegada Brasileira do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia - Cilad Presidente do Capítulo de Dermatologia Cosmética do Cilad Editora Científica em Cosmiatria da Revista Surgical & Cosmetic Dematology - SBD Representante da Diretoria da SBD perante a Câmara Técnica sobre Produtos e Técnicas em Procedimentos Estéticos
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